29 de ago. de 2008

DOENÇA DE INFÂNCIA

O ano era 1986. Contava eu, 9 anos de idade. O que uma criança de 9 anos de idade precisava no banheiro de manhã, senão fazer xixi, lavar o rosto (com qualquer sabonete) e escovar os dentes?

Para essas poucas tarefas e nenhuma vaidade, eu não usava a luz. Aliás, até hoje tenho o hábito de andar pela casa sem acender a luz. Vai daí que naquele dia eu vi meu rosto no espelho e achei tudo normal demais. Sete horas da manhã.

Quando cheguei na cozinha, minha mãe ao invés de dar o "Bom Dia" sem vontade, seco e com má vontade como todos os dias ela fazia, resolveu arregalar os olhos dela (daí eu imaginava que levaria mais uma bronca) e me fez a seguinte pergunta:

-QUE É QUE VC TEM????

Achei por um momento que a moleza que eu tinha sentido pra sair da cama (creiam, aos 9 anos eu levantava às 7 da manhã com o mesmo pique que hoje aos 31 levanto às 2 da tarde) e o jeito com que a minha mãe me olhou, eram sinais de que eu poderia estar morrendo.

Minha mãe ao invés de acender a luz da cozinha (definitivamente "luz" é genético) pegou "delicadamente" meu rosto e foi o levando até o vitrô da cozinha pra enxergar melhor. Detalhe que entre meu metro e meio de altura e o vitrô da cozinha, ainda tínhamos uma pia.

Daí minha mãe pediu que eu fosse me mostrar pro meu pai, que me aguardava todos os dias de manhã na sala da frente pra levar-me na escola. Detalhe que entre eu e a escola, bastava ele me atravessar a rua.

Meu pai olhou pra mim com a maior calma do mundo e setenciou:(leia com sotaque pra lá de lusitano) "Eu aviso e tu não me escutas, Débora. Tu comes tanta porcaria que ficastes intoxicada. Toma bastante suco de abacaxi que isso passa."

Minha mãe quando eu transmiti o recado, até concordou com ele que eu comia besteira pra caramba, mas como eles estavam se divorciando, não convinha concordar com ele aquela "coisa de mãe" dizia que era algo a mais.

Como a moleza virou um febrão, minha mãe foi comigo ao médico e ele constatou que eu estava com Rubéola. E pra variar, como eu nunca fico doente mas quando fico é de funhanhar comigo, meus pais precisavam ficar alerta pq a qualquer momento eu poderia ser internada devido ao meu quadro. Saí de lá com receita médica incluindo ferro (em vitaminas, seus mente sujas) e mil recomendações pra evitar correntes de ar e qualquer coisa gelada.

Cheguei em casa, dormi pra cacete. Tive delírios como toda a vez que tenho febre. Minha mãe de tarde saiu pra estudar (quase noitinha). Meu pai aquele dia não foi dar aula pra ficar comigo, mas em compensação..... na intenção de me agradar, ele trouxe....... SORVETE!

Háááááááá...........Sorvete.

E eu como boa hipocondríaca"caxias" disse que eu não poderia tomar "pq o doutor disse que eu poderia morrer"...drástica? Nem um pouco!

Como eu rejeitei o sorvete, meu pai viu que realmente eu estava doente. Deu tudo certo. Não fiquei estéril (embora nunca tenha comprovado a minha fertilidade. Não, não quero comprová-la agora, obrigada!). Meu irmão caçula nunca teve rubéola, apesar de dormirmos no mesmo quarto.

E por isso, estou livre de me vacinar contra a rubéola, MAS VC NÃO!

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