Depois da ressaca moral em que eu estava, decidi que era hora de me dar ao luxo de ter um pouco de diversão, mesmo que solitária. (nada de maldades sujas e eróticas na sua cabeça, leitor!)
Decidi assistir pelo Youtube, A Fantástica Fábrica de Chocolate na versão do Deep. Como eu me ligo logo no sub-texto das coisas, comecei a chorar, pq creia, a história apesar de fantástica, tem um fundo bem triste. Pois bem. Estava aqui assistindo e chorando em algumas partes, quando escuto um barulho de carro parando e baterem à minha porta.
Pelo vitrô, vi dois cabeções e ninguém na janelinha da porta (o famoso postigo). Vai daí que pensei que era a Sofia, pois ela fica toda pimpona achando que é uma adulta batendo à porta da tia, enquanto os pais dela fingem que lá não estão. E comecei o ridículo (mas muito carinhoso) "Quem é?", "Quem é que 'tá batendo na minha porta?", com aquela voz bem ridícula que só as tias
solteironas carinhosas sabem fazer.
Abro a porta e surpresa: NÃO ERA SOFIA. Os dois cabeções que vi pelo vitrô, eram do
Dé e do
Ivan. E eu vestindo o traje "mendigo que mora em casa". Sorriso amarelo, olhos ainda molhados por algumas lágrimas
róliudianas....... E a única coisa que a minha boca soube dizer foi:
-Meu, que vcs tão fazendo aqui?
Cadê as aulas de etiqueta, Débora? Cadê aquele famoso: "Nossa, que maior legal.... Tudo bem com vcs? Vamos entrar?"
Não, a estúpida ficou parada na porta e ouvi: "vamos com a gente!". "Como assim 'vamos'?" (Nossa, aspas dentro de aspas, que loucura!)
Daí o Dé me puxou com aquele jeitinho
troglodita enfático que só ele sabe fazer pra não ser contrariado e lá fui eu, vestida de mendiga, com um tênis que "fala" e um lenço na cabeça escondendo meu
bad hair day. Pra onde? PRA O SHOPPING! Só, um shopping center onde zilhões de pessoas foram comprar o presente do Dia dos Pais.
Homes não sabem que o meu lado perua existe pra essas ocasiões.
E sinceramente, o Ivan já devia estar zonzo com tanta gente nas lojas, com a falta do que ele foi procurar e de o Dé e eu falarmos feito maritacas em paineira.
Depois, rolaram conversas bacanas
e falamos mal de quem merece que se fale mal, rolou ainda uma visitinha para os pais do Dé, alguns cds de filmes emprestados e uma carona pré-temporal até minha casa. Sequestradores bonzinhos: me levam mas me trazem de volta pra onde me sequestraram.
Adorei o sequestro! Espero que isso aconteça mais vezes, mas que me deixem pelo menos trocar de roupa.
Fico só imaginando se eu tiver que dar entrada em qualquer hospital e eu estar de calcinha rasgada, calça jeans horrorosa não combinando com a camiseta, sem maquiagem.....Valeu, meninos lindos
da titia!