8 de jan. de 2008

AGRADECIMENTO


agradeço a todos que foram responsáveis por eu chegar em São Gotardo.
Agradeço a todos que foram tão pacientes comigo, com as minhas inúmeras perguntas e a minha curiosidade infantil sobre tudo.



Agradeço o carinho, a atenção, os mimos, os sorrisos, o calor humano que eu recebi de todos. Aos dias em que o sol foi celebrado, as estrelas contempladas , as frutas e os legumes saboreados como iguarias, que a nossa "pachamama" pôde nos presentear.

Afinal, tal qual mãe justa e abundante, a terra não abandona nunca seus filhos.

Faço agredecimento à toda a família Sekita, em especial ao odítchan e à obátchan, Seiji e Sueli, Tamio e Maria do Carmo, Deía, Tânia e Vinicius, Sergio, Hyassio, Renata, Edu; que foram as pessoas que mais conviví. Mas há tb os outros parentes que me receberam tão bem e com a promessa que nos conheceríamos melhor no futuro.

Que o sol e a chuva, possam sempre em equilíbrio abençoar sempre essa gente boa e trabalhadora; e que a Luz Maior nunca falte com suas bençãos de saúde, harmonia e amor sobre eles.

Obrigada e/ou arigatai!!!

ENCONTRO


Vocês tem idéia de quem é esse moço vestido de preto à esquerda?

Gente, é ele: O MITO!

E vou dizer que o cara além de tudo é humilde pq ele desconfia que tem talento,ainda não se deu conta.

SÁBADO

A Déia nos levou pra um banho de rio, que com o calor que fazia, veio bem a calhar:




Dessa vez me comportei direitinho: não caí, nem me machuquei e apenas fui picada em dois lugares. Água limpinha, com peixes e tudo....

Ainda, conseguimos flagrar este pequeno "twister":


Poeirão.....

ASSIM QUE CHEGAMOS

soubemos que na Sexta, seria dia de pastelada. Sueli, esposa de Seiji (que já falei aqui) foi quem ficou de fazer; e claro que eu e o respectivo, fomos ajudar.

A receita dela, está guardada com a gente, afinal, quem sabe ainda a "S & R Pastelaria" sái do papel? Ahahahahahaa.

Tudo começa amassando bem a massa com ingredientes e um truque:


Meu namorado botou a mão na massa mesmo, esta é uma foto de literalismo.



e lá vão as mãos habilidosas da tia Sueli, passar a massa pelo rolo:


Depois de preenchidos os pastéis:

Fritinhos na hora, sem aquele óleo rançoso com diesel dentro pra não queimar. Gente, tem noção do que é ficar uma tarde inteira comendo pastel? Do pastel que vc tivesse vontade....
Tia Sueli é uma santa mesmo! Haja paciência pra tantos pedidos....

E no intervalo entre um pastel e outro, lixía e romã....

Só de olhar a pastelada, me dá vontade de repetir a dose. Coisa de gordinha mesmo!

No final, depois que fomos ver a invasão dos traficantes na Portelinha e o arsenal espalhafatoso do Juvenal Antena em um faroeste tupiniquim de sentir vergonha alheia, a tia ainda pergunta se a gente queria que ela fizesse alguma coisa pra jantar.... é uma fofa, mesmo.

É UM TURISMO DIFERENTE, EU SEI....

mas tb não fomos fazer turismo. Ir à São Gotardo e não prestigiar o que a cidade tem de melhor, de progresso; a meu ver, seria como ir pra Itália e não ver a Fontana de Trevi ou o Coliseu.

E lá fomos nós rumo ao campo, sentir um pouquinho do quanto o trabalho no campo apesar de sofrido, é digno e bonito. Tive a sorte grande de conhecer um dos entrepostos que utiliza o que há de mais moderno na agricultura, que mais valoriza seus funcionários (dando inclusive a chance deles terem cotas das terras) e ainda o que eu julgo mais importante: o respeito ao solo, que tão graciosamente nos nutre. Neste entreposto, assim como em todos os outros do grupo, o uso de defensivos (agrotóxicos) é feito com muita parcimônia e consciência. Já está bem avançado o cultivo totalmente orgânico.

Aqui, a colheita da batata, logo após a máquina arrancá-las da terra, deixando mais fácil assim o trabalho do funcionário.



Esta é uma plantação de soja:


Aqui, a colheita da cenoura, logo após a máquina fazer o mesmo como a batata:


Conheci a plantação do milho e pude ver como que é aquela história que as pessoas da roça e mais velhas contam, que quando eram crianças e pobres não tinham boneca; daí improvisavam com o milho. Nunca entendia muito bem, como era esssa história, até que eu vi o milho antes de amadurecer, como eu vejo no mercado pra consumir:

Como bem observou a minha irmã, um flor tão singela a do milho e tão bonita ao mesmo tempo.
Que cor incrível.....

Aqui, um processo bem detalhista da produção. Raleando a cenoura.

E mesmo com trabalho tão duro que é, as pessoas ainda não perdem o carinho pelo trabalho, não perdem o capricho. Veja só que enfeitado (dentro do possível) a plaquinha de identificação da sequência que a funcionária tem pra fazer:


O trabalho é duro, arquear as costas, no calor intenso, tomando sol direto, a poeira tão próxima dos olhos e do nariz. Imagino o fim do dia....


E fomos atrás de lixía. Aqui, Seiji, meu mestre, tão paciente com a minha ignorância, tão atencioso que largou um dia de trabalho pra que eu, a verdadeira caipira, pudesse conhecer o trabalho do campo.

Será que tem lixía?


Será?


Pouca lixía, ou muita? Não sei.....



Sei que este é um porta-malas de uma Parati e, bom.... tirem suas conclusões.

Este passeio deu o que pensar, sabe? A gente escuta tanto sobre reforma agrária, uso de agrotóxicos, a ignorância e o anlfabetismo dos donos de campos, mas, pelo menos em São Gotardo foi outra realidade que vivenciei. Aliás, muito pelo contrário.

Claro que lá a coisa dá certo,porque entre outros fatores que eu podia enumerar, a educação desde criança que os donos desse grupo receberam, mas mais ainda: a não acomodação dos mesmos. Pelo que eu vi, sempre estão buscando novas técnicas agrícolas e tentando ser o mais auto-sustentável possível.

Me enchi de orgulho em saber, que pelo menos, em todo esse Brasilzão, ainda há gente que faz e faz muito bem feito.

O resto minha gente, é história: eu sentada entre gente boa (como já falei aqui) e me deliciando com baldes de lixía. Jogando conversa fora e comendo lixía....

DAÍ CHEGAMOS AO NOSSO DESTINO

e os dias que se seguiram, foram ótimos por várias decobertas boas. Mas mais marcados ainda pelo aconchego, carinho e atenção de pessoas boas, com luz por dentro. Gente boníssima, pra falar o mínimo.

Daqui pra frente, sigo em posts contando um pouquinho só do que passei por lá, resguardando sempre a intimidade de terceiros, como eu já tinha avisado.

Mas quero dizer que foram dias que será difícil, neste ano, ter dias melhores, em termos de viagem e conhecer gente que fez diferença pra mim. Que me fez esquecer um pouco da minha sociopatia....que me fez esquecer um pouco da corrupção de valores morais, familiares e tudo mais, aos quais vemos sempre e lamentamos.

DAÍ ANDAMOS PACAS

a região é muito bonita. E claro, pra quem é de Sampa como eu, qualquer verde impressiona. Mas, chegando em Araxá, meu respectivo que já conhecia o lugar, me avisou que eu talvez fosse ficar impressionada com o que viria.

Confesso que fiquei. Da estrada vc não vê nada, porém, quando vc chega em frente mesmo ao Grande Hotel de Araxá, a impressão que vc tem é que chegou a um verdadeiro oásis. A arquitetura impressiona, toda no estilo monções. O lugar é grande pacas.




E então, eu soube que iríamos aproveitar a passagem, pra tomar um banho de águas radioatiovas. Porém, a única proibiçãoressalva que o namorado fez, foi não tomar banho com água sulforosa. Achei frescura da parte dele, mas mais pra frente, agradeci.

Tudo super conservado de época, que foi inagurado em 1942 e até o Getúlio tava por lá. Mas sabe aqueles fatos recorrentes que já escrevi aqui? Pois é, nas termas de Socorro, havia um vitrô quebrado no meu guichê, lá em Araxá tb. É que quando a gente fica dentro de uma banheira, tomando banho de borbulhas radioativas com cheirinho de alecrim, dá pra botar reparo em tudo, viu?

Ao invés de uma musiquinha relaxante, a funcionária avisa que o banho terminou. E fiquei novinha em folha pra explorar outras partes do Hotel, anexo às termas.



Por lá, vc encontra tb várias torneiras com água radioativa pra tomar e aqui está a gruta de água que dona Beija se banhava e tomava dessa água. Muitos creditam a beleza de dona Beija, à essa água.

E claro que eu tomei dela...... O salão, curioso, todo em estilo árabe. Não fotografei, mas os portões que fecham esse salão, são em estilo arabescos, lindos de doer.(pareci a Hebe agora).

Daí, como sempre, dei uma de "migué"e entrei no Hotel, perguntei algumas coisas e por gentileza do funcionário, entramos pra conhecer o Hotel por dentro, a área comum dele.

Conheci o salão de festas, que pelo jeito, tinha acacabado de rolar alguma coisa na noite anterior, muitas pétalas de rosas espalhadas pelo aparador:



Um dos lustres:





E tem tb a biblioteca, a sala de jogos (que já foi um cassino, antes da proibição) e pasme: todos os vidros das janelas, são em bisotê. Pra quem não sabe, isso na época que ele foi inagurado era muuuito caro. Até hoje é, mas eu fico pensando o auê que foi na inaguração e mesmo o funcionamento do Hotel na época áurea, digamos assim. Aquele tempo que as pessoas sabiam que Carmina Burana era nome de ópera, que as mulheres se vestiam bem....

Na saída, tem uma fonte de água sulforosa e lá fui eu experimentar dois dedos dessa água. Gente, que gosto é aquilo? Nem sei descrever. Na minha cabeça troncha, água sulforosa, era ácida, amarguinha.... não aquele gosto horroroso, pra falar o mínimo.

Daí entendi que seu eu tivesse contrariado o namorado, nem eu suportaria mais viajar comigo mesma, se eu tivesse tomado um banho dessas águas. Ainda escutei que "ela faz bem pra um monte de coisas"....

Pudera!!!
Seria uma puta sacanagem vc se submeter a um troço desses e essa água não fazer nada de bom.

E seguimos viagem, agora mais limpinhos por fora, revigorados por tanta beleza e talvez eu, um pouquinho mais limpinha por dentro.

E SEGUIMOS VIAGEM

pela BR 262 (nossa, senti até a voz do Tony Tornado cantando agora) e paramos no CENTRO DE PESQUISAS PALEONTOLOGICAS L. I. PRICE .

na entrada tem um dino e claro, o sol que consumia meus poucos miolos, o calor da estrada e a tentativa frustrada de tomar um picolé mixuruca, fizeram com que eu tirasse essa foto vexatória, a qual, assim como os dinossauros que existiram, deixará uma certa recordação bizarra.



O museu, tem explicações muito detalhadas, mas o que impressiona mesmo é o bom gosto com o qual a exposição dos ossos foi montada. Nem a expô da Oca dos dinos foi tão bem feitinha, tão artística, digamos.

Aqui, uma reproduação do laboratório do Ivor Price que foi o paleontólogo que decobriu e mapeou todos os esqueletos e fósseis da região. Aliás, ô regiãozinha pra ter dino, viu?


Dentro de um dos ossos, cristais:


e aqui, o temido jacaré da região que era bem parrudinho, com patas bem altas; o que fazia dele um ótimo corredor. Medo da boquinha dele e da agilidade:



Agora, como não podia deixar de escapar, eu gostei foi da funcionária que estava vendendo os ingressos pra exposição. Ela, como todo o funcionário público que atende o público, tem lá a plaquinha dizendo que se ofender o funcionário público, vc é preso e coisa e tal. Porém, ela não é tão sagaz pra OUVIR o público ao qual ela deveria servir, afinal o nome correto é SERVIDOR PÚBLICO.

Imagina só, eu nunca tinha ido lá, tava perdida, somente pela obviedade, avistei a casa que seria o lugar das exposições. Mas percebi, que ao redor tinham mais coisas. Como estávamos lá de passagem, queria saber o que tinha ou não, daí.....

"-Boa tarde, tudo bem?
-....

olhei por cima do que seria o guichê e perguntei:

-Vcs tem algum folheto sobre o lugar? Tipo, um mapinha do parque?

-O ingresso é R$ 2,00, senhora."

Tipo, vc pergunta "A" e a mula te responde "4".
Sério que essa pessoa passou em um concurso?