29 de jan. de 2011

FAXINA E DESAPEGO.

Pois é!

Quem imaginava que eu não faxinava mais, está enganado.

A faxina dos dentes, apesar de não estar na "to do list" que encabeça este blog, era uma das etapas desejadas.

Explico o óbvio: a má oclusão deixava difícil a higienização, provocava parte das minha enxaquecas e sei que com o tempo eu perderia meus dentes mais facilmente.

Portanto, no fim do ano passado e começo deste ano, decidi que teria que correr contra o tempo: pois tempo, senhores leitores, passa do mesmo jeito: fazendo o que se precisa ou não.

Bom, fui atrás do Dr. Rerrê e começamos. A famosa documentação é um capítulo à parte pois eu não imaginava a parafernália tecnológica para saber como somos por dentro. Enfim, tudo resolvido e eu com cara de drogada nas fotos da documentação...... o que rendeu boas risadas.

Na análise da documentação, o Dr. Rerrê achou por bem arrancar alguns dentes e daí começa o desapego do ser humano. É incrível a capacidade que o corpo humano tem para não se desapegar de nada.

Sabia que seria difícil pelo posicionamento dele e como profissional experiente e prudente o Rerrê chamou Dr. Morcegão que é (endo) pra fazer a tal cirurgia. Pacientemente Dr. Morcegão foi cumprindo as etapas, explicando passo a passo os procedimentos e fazendo de tudo pra que eu ficasse calma.

(Inúmeras pausas pra cuspidas e anestesias, respiradas.... pausas provocadas por mim que tenho certeza que na edição celestial.... ,manja quando Deus mostra em edição especial a vida pro morto recente?, essa parte das múltiplas cuspidas dará um bom efeito especial.)

O que tenho a reclamar é justamente o corpo humano como ele se auto sabota. Duvidam? Difícil arrancar dentes (mesmo os podres.), prisão de ventre, parto, depilação, unha encravada... Ou seja, para tudo o que o corpo precisa se desapegar, mesmo sabendo que é pro bem dele e que será melhor; ele é teimoso, cria caso. Pode reparar.

Voltando.

A dificuldade era tamanha que eu dei a idéia: "Chama um pastor, pq se o cara expulsa demônio esse dente será fichinha pra ele...."



Bom, resumo da história: o dente saiu hora depois, e demorei quase 3 dias pra começar a ficar menos dolorida, menos mal.

O Dr. Morcegão mostrou-me o dentão teimoso e perguntou o que eu queria fazer. Respondi que poderia doar pra ciência, mas nem pra isso ele serviria pq estava parte dele cariado. Que beleza!

Imagina eu com um dentão daqueles pendurados no colar como fazem as mamãs com os primeiros dentes dos seus nenéns. Aquele puta dentão! Ahahahahahahahaa.


A tonta que vos escreve ainda recusou o atestado dizendo que "era coisa de meninos". Claro que bastou pegar o primeiro trem indo pro trabalho que me arrependi dolorosamente.

Ainda virão outras etapas e Deus queira que sejam menos doloridas (embora francamente eu não acredite em mudanças sem dor, é quase um ritual de passagem).

Mas dá o que pensar sobre desapego. Praticar o desapego. Preparar-se para o desapego. Entender que as perdas nem sempre são ruins. Que pra mudar e ganhar, há de se ganhar espaço desapegando, jogando fora, desfazendo-se.

Preço da faxina: por questões éticas não se pode falar em preço nos assuntos sobre saúde. Ainda mais envolvendo preço especial pra amigos de longa data. Posso dizer que o tratamento se paga com o dinheiro que ganho, 'tá?