10 de mai. de 2008

TÁ CERTO, QUEM SABE ESTOU SENTIMENTAL

o fato é que recordei o dia que a minha mãe foi mãe pela quarta vez. Até então, ela era a MINHA mãe e de mais ninguém. Mas daí veio o feioso do meu irmão, pai da Fifia.

Bom, sei que a minha mãe ficou coisa de dias no hopital, mas pra nós crianças, parece que o tempo se multiplica e a mim me deu a impressão de ser uns 15 dias. No dia que a fui visitar, de cara adorei o cheiro do hospital. Minha irmã já sabia que eu era doida, mas acho que ela vai lembrar que eu perguntei "que cheiro era aquele e se a gente podia ter em casa igual".

Daí vi que a minha mãe estava menos gorda que o costume. E aquela barriga que eu até beijava e dizia que amava meu adorado irmão, tinha virado aquele bebê horrendo, narigudo, peludo e amarelo. "Um inseto", como carinhosamente meu avô o chamava.

Tiramos várias fotos. Não sei se já postei esta foto aqui:


Esta foto ficou com a minha irmã que scaneou e me mandou recentemente.

Não sei se é o estado em que a foto está, pq ela é antiguinha, mas parece que vejo uma lágrima na minha mãe. Talvez eu veja a lágrima, por todo o contexto que esta foto representa. E eu aqui não quero entrar em detalhes.

Fato é que não me reconheci de imediato nesta foto, pq nós temos primos da mesma idade que a nossa. Perguntei pra mana "quem é esse garotinho na foto, perto da janela?" e ela me respondeu "é vc, sua parva!". Não entendi pq meu cabelo estava curto..... e ela disse que ele estava amarrado, como eu gostava de usá-lo. (Pausa. Eu tinha hairstylist, benhê! E ela como boa mãe fazia minhas vontades. Né, mana?)

Ver minha mãe ser mãe, pra mim foi um grande novidade. Fora o fato que "tudo era pro bebê" e eu não era mais o bebê.... tirando tb que a lista das proibições aumentou e frases do tipo "não segura o Tico que ele pode cair" ou "não acredito que vc está beliscando ele de novo, Débora!?", ficaram mais frequentes.

A minha família pode até dizer melhor do que eu, mas até minhas brincadeiras de casinha devem ter mudado. E incrível a faceta que a minha mãe tinha comigo, pq com meus irmãos adolescentes ela era diferente e com o bebê ela era mais diferente ainda.

Os berros da minha mãe ficaram mais frequentes. Os roncos dela no sofá também. As exigências com todos nós, acredito que eram agravadas pelas frustrações e cansaço que ela contabilizava. Coitada. Juro por Deus que quando penso na minha mãe, só penso nesta palavra: coitada.

Mas incrível que mesmo assim, eu não consigo sentir pena dela. Não sei porquê. Aliás, até tenho outras deliberações, mas prefiro deixar pra mim. e pro futuro coitado terapeuta

Sabe o quê eu gostaria? De ter uma foto da minha mana grávida. Lamento não ter visto e acompanhado de perto esta fase da vida dela. Queria muito ver as oscilações de humor dela (culpa dos hormônios e das preocupações naturais e preocupações que ela tinha quanto ao futuro dela e do bebê) a vida da minha irmã, não é fácil. Com certeza, tenho pra mim, que ela pode até ser mais feliz que minha mãe era na idade dela. Mas creia, a vida dela também bão é nada fácil....

Parabéns a todas as mães que fazem parte da minha vida e me fazem ser esse serzinho difícil que eu sou hoje. Cheia de manias, muito caprichosa, mas acima de tudo, verdadeira. Os medos, eu tenho perdido. Culpa de vocês.

P.S.:"Eu falei que não ía parabenizar, certo?"

Um comentário:

Anônimo disse...

1º- Eu não te fazia todas as vontades,negociava muito, enganava qdo preciso emais nada.
2º- Foto minha grávida?? Pra okê? usar em poster pra "Salvem as baleias" do Green Peace??
3º- Kem tem vida fácil?