mas tb não fomos fazer turismo. Ir à São Gotardo e não prestigiar o que a cidade tem de melhor, de progresso; a meu ver, seria como ir pra Itália e não ver a Fontana de Trevi ou o Coliseu.
E lá fomos nós rumo ao campo, sentir um pouquinho do quanto o trabalho no campo apesar de sofrido, é digno e bonito. Tive a sorte grande de conhecer um dos entrepostos que utiliza o que há de mais moderno na agricultura, que mais valoriza seus funcionários (dando inclusive a chance deles terem cotas das terras) e ainda o que eu julgo mais importante: o respeito ao solo, que tão graciosamente nos nutre. Neste entreposto, assim como em todos os outros do grupo, o uso de defensivos (agrotóxicos) é feito com muita parcimônia e consciência. Já está bem avançado o cultivo totalmente orgânico.
Aqui, a colheita da batata, logo após a máquina arrancá-las da terra, deixando mais fácil assim o trabalho do funcionário.
Esta é uma plantação de soja:
Aqui, a colheita da cenoura, logo após a máquina fazer o mesmo como a batata:
Conheci a plantação do milho e pude ver como que é aquela história que as pessoas da roça e mais velhas contam, que quando eram crianças e pobres não tinham boneca; daí improvisavam com o milho. Nunca entendia muito bem, como era esssa história, até que eu vi o milho antes de amadurecer, como eu vejo no mercado pra consumir:
Como bem observou a minha irmã, um flor tão singela a do milho e tão bonita ao mesmo tempo.
Que cor incrível.....
Aqui, um processo bem detalhista da produção. Raleando a cenoura.
E mesmo com trabalho tão duro que é, as pessoas ainda não perdem o carinho pelo trabalho, não perdem o capricho. Veja só que enfeitado (dentro do possível) a plaquinha de identificação da sequência que a funcionária tem pra fazer:
O trabalho é duro, arquear as costas, no calor intenso, tomando sol direto, a poeira tão próxima dos olhos e do nariz. Imagino o fim do dia....
E fomos atrás de lixía. Aqui, Seiji, meu mestre, tão paciente com a minha ignorância, tão atencioso que largou um dia de trabalho pra que eu, a verdadeira caipira, pudesse conhecer o trabalho do campo.
Será que tem lixía?
Será?
Pouca lixía, ou muita? Não sei.....
Sei que este é um porta-malas de uma Parati e, bom.... tirem suas conclusões.
Este passeio deu o que pensar, sabe? A gente escuta tanto sobre reforma agrária, uso de agrotóxicos, a ignorância e o anlfabetismo dos donos de campos, mas, pelo menos em São Gotardo foi outra realidade que vivenciei. Aliás, muito pelo contrário.
Claro que lá a coisa dá certo,porque entre outros fatores que eu podia enumerar, a educação desde criança que os donos desse grupo receberam, mas mais ainda: a não acomodação dos mesmos. Pelo que eu vi, sempre estão buscando novas técnicas agrícolas e tentando ser o mais auto-sustentável possível.
Me enchi de orgulho em saber, que pelo menos, em todo esse Brasilzão, ainda há gente que faz e faz muito bem feito.
O resto minha gente, é história: eu sentada entre gente boa (como já falei aqui) e me deliciando com baldes de lixía. Jogando conversa fora e comendo lixía....
8 de jan. de 2008
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Um comentário:
Eu tb sempre ouvi a história da boneca de milho... minha avó só tinha dessas...
Assim deveria ser o progresso em todo o país, né? Utilizando a tecnologia, mas sem prejudicar o meio-ambiente.
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