Eu passava as férias com os meus avós. Era numa aldeia de Portugal, pequena e linda como tantas outras.
Pra vcs, passarem férias com os avós pode não ter significado muito maior do que aquele conhecido de que os avós fazem todas as nossas vontades.
Para mim, passar as férias com meus avós era avançar numa relação que ainda estava sendo construída, isso pq, como nasci aqui, só fui conhecer meus avós em Portugal com 4 anos.
É estranho vc sentir que tem que conquistar o amor que já existe. Talvez eu aqui, não consiga nem descrever o tipo de relação que eu tive com eles.
Passar as férias com eles, era conhecer deles como pessoas e não simplesmente como avós. Era também, ser mimada, acarinhada, acariciada e pra mim, que sempre fui um tanto arredia (e a vida sabe pq) deixar-me ser mimada, acariciada ou acarinhada, sempre significou uma grande prova de confiança.
Nessa aldeia, também tive o meu primeiro contato espiritual, pq até então nunca tinha entrado em uma igreja a não ser que fosse em casamentos ou ver presépios. Lá, com a minha avó aprendi o que chamam de fé.
Com meu avô, aprendi o que era o trabalho, o amor aos animais, a conversar como adulto.
E só lamento muito não ter conhecido de fato minha bisavó, embora minha irmã garanta que apesar de uma intensa troca de olhares por quase 40 minutos em um dos nossos únicos encontros, foram suficientes pra minha bisa dizer tudo o que eu precisava saber.
Hoje, pesquisando descompromissadamente, achei a praça onde fazia dela meu quintal. Onde brincava entre flores e borboletas (de verdade, vcs vão ver que existe mesmo e não é a minha imaginação ou distorção da realidade). Ver tudo quase tão intacto, não me fez sentir criança: me fez sim, sentir o motivo que me levava lá a cada férias, o amor aos meus avós.
Vendo o video, quase ouço minha avó me chamar pra lavar as mãos e ir almoçar. Vendo o coreto, lembro das festas em que meu avô tocava em seu acordeão e sua guitarra.
Com vocês, Póvoas e Meadas, que tão generosamente, alguém filmou e me fez tão feliz:
P.S.:"Escrevi no texto, várias vezes "numa", pois era assim que meus avós falavam, como tantos portugueses".
15 de dez. de 2007
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3 comentários:
Ah, não gostei dessa música de fundo... parece até que o lugar não é mais habitado...
Vc só não gostou da música Lud? Noooosssa, quanto avanço! Parabéns, amiga!
Claro, estragou o vídeo aquela música... tinha que ser uma bem alegre, afinal, as lembranças foram boas...
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