25 de fev. de 2008

PINACOTECA

Eu não conhecia a Pinacoteca. Melhor dizendo: ainda não a conheço completamente. Enganada pelos outros museus de Sampa, achei que daria pra conhecer tudo. Mentira! É impressionante a grandeza física do museu, e a quantidade de obras ali presentes.

Como estou ainda traumatizada das experiências fotográficas em lugares públicos, entrei e pensei ser o mais rápida possível na hora de fotografar o que eu quisesse. E sem flash. Aliás, o átrio do museu, com sua luz natural, favorece a ótimas fotos.

Agora imagina eu tirando a câmera às pressas da bolsa, tentando enquadrar a primeira obra que eu vi e logo me chamou a atenção:

Saiu assim, cortando todas as janelas de cima, a estátua meio torta ....

Daí vou andando pelo museu e percebo que TODAS as pessoas, estão fotografando alguma coisa:

Todos os tipos de câmeras: desde as profissionais às de celular pré-pago.

Fomos ver a exposição da Tarsila. Linda... completa. Os modernistas pra mim, foram muito importantes não só na minha vida escolar, mas tb a formação de pensamento, gostos e estéticas que eu procuro.
As salas da exposição da Tarsila, estavam bem cheias, parecia liquidação de sapatos. (Ah, guarde a palavra "sapato" na sua mente, ok?)

Quando chegamos em frente ao Abaporu, eu quase chorei de emoção. É emocionante vc ver ali na sua frente, algo que vc viu e estudou por anos na escola. Quase como que a persona da Tarsila estivesse ali.

E seguimos tentando ver vendo o acervo do museu:


Esta estátua, pra mim me disse muita coisa. Aqui na foto, apenas detalhe dela:


Tinha uma instalação doida lá que se chama "Contaminação", a obra se espalha por vários andares, interage com os frequentadores e é bem psicodélica:


Esta é feita de árvores que foram incendiadas. Ali, vendo uma candanga frequentadora pessoa fazer um coisa, tive um "estalo" que ainda vou realizar.


O acervo de obras do século 19 é muito lindo. Ficaria horas sentada olhando tudo, fácil, fácil. Mas, estava na hora de eu ir embora. O cansaço bateu tb, é verdade. Então resolvemos que um dia a gente volta. Quem sabe com amigos nos acompanhando, mas com duas certezas: um dia todo pra ver tudo e com um sapato confortável. Última dica: não estacione do lado de fora: fomos pacientes e esperamos uma vaga interna que além de ser gratuita, não toma multa como vimos os policiais fazerem.

Na Pinacoteca, vc pode ter demonstrações claras, do que é arte ou não:

Isto é arte:


Isto não é arte!!!!

NÃO ACORDEI MUITO BEM

Era simplesmente meia hora mais cedo do que eu tinha programado acordar, quando vou escutando ao longe, crianças cantandos e instrumentos musicais de escola de samba. Por um breve momento, fiquei feliz, afinal gostando ou não, era arte. Mas a intuição bateu... e o som que era distante foi ficando cada vez maior e maior... percebemos que era algo maior que imaginávamos: olhei no relógio 6:20 da manhã.
"Que escolinha faz passeata com crianças em um horário desses?", perguntei. Meu respectivo foi na janela e colocou a mão na cabeça... fechou a janela e me disse:


"Dé, não é passeata de crianças: é passeata do MST... e as crianças estão à frente da passeata". Corri pra pegar o telefone, disquei o 190 e ele não me deixou chamar, afinal, dali a pouco a gente sairia e se chegasse a polícia, daí que além da gente não sair, podíamos ser linchados....

Puta covardia, usar crianças na frente da passeata. Dor de cabeça, de ter acordado com um agogô e um tamborim dentro da cabeça.
Descemos pra ir embora.... resolvi fotografar o MST pra escrever pra o Ministério Público, por causa dessa história de crianças em passeata. Daí um infeliz me entregou um jornal com uma carta aberta da reivindicação deles.

Eles estavam reclamando, por causa de um terra em Mairiporã que foi dada pra fazer resort ao invés de assentá-los. Considerações:
  1. Se eles querem assentamento, é pra plantar alguma coisa, certo? Que eles pretendem plantar em Mairiporã?
  2. O que gera mais emprego naquele fim de mundo que é Mairiporã? Uma terra familiar pra produção agrícola ou um resort?
  3. Onde eles (MST) arrumam dinheiro pra fazer boné, pra ter carros bons, sistema de rádio comunicadores, jornal......
  4. Eles já ouviram falar de horário de silêncio?
  5. Eles sabem que horas os funcionários da empresa que eles estavam protestando na porta, chegam pra ouví-los?
  6. Pq eles não vão pra o Pará, onde o governo já assentou famílias? Acaso lá as terras não tem tanto valor comercial quanto Mairiporã, pra que uma vez assentados eles possam vender as terras e continuar a invadir ou pleitear outras propriedades?

É por essas e por outras que o MST pra mim, não merece o mínimo respeito. Depois que invadiram a estufa de uma pesquisadora e acabaram com o estudo de 20 anos dela, não merecem nenhum respeito. Menos as crianças. As crianças não têm culpa das mulas e mercenários que são os pais delas.